Capitulo 3
Estou aqui nesta gloriosa manhã de verão, ouvindo Renato Russo (in memoriam,
claro) cantando Strani Amore.
Gloriosa manhã de verão... E acordei muito mais cedo do que devia. Muito
mais cedo do que precisava. Com Isabel do mingau berrando do outro lado da
rua. E aconteceu de novo de eu me arrumar toda. Modelito fashion, sapato
altissimo, minha pasta de couro chiquérrima e... Ai vem a parte cruel da
história eu me lembro que não há nenhum trabalho ou emprego em que eu
precise bater ponto.
Ai resta ficar na janela observando o movimento.
E a culpa é de Isabel lá do mingau.
Isabel é a típica mulher que berra demais. Ela, como monte de outros
baianos, acha chique e lindo berrar na rua. Resultado: fica de um lado da
rua berrando para o marido estacionado do outro lado e quase na outra
esquina: "fulaaaaaaaaaaanooooooooooooooo quando der dez horas venha me
buscaaaaaaaar"...
Bom, pelo menos Isabel tem um trabalho que lhe rende dinheiro e alguma
diversão. Vende lanche, mingau, sarapatel e outras coisas lá isso as
5h30min, 6h da manhã. E deve ter uma vida feliz. Eu nunca vi Isabel de mau
humor. Muito pelo contrario. Chova ou faça sol ela está lá, berrando, mas
sorrindo, cumprimentando todo mundo que passa na rua, conversando,
perguntando pela saúde e pela familia enquanto eu...
Ah, eu fico aqui ouvindo Renato Russo, ouvindo Ne me quitte pas, com a
Patricia Kaas e achando o máximo pois é tudo o que tenho a fazer. E é muito.
Pois há - infelizmente - quem nem tenha ouvidos a ouvir, ou quem nem tenha
tempo de ver se faz chuva ou sol...
Ouvir classicos franceses... Especialmente cantados pela Patrícia... Daí eu
lembro que vi a Patricia cantando ao vivo. E quantos não viram? E quantos
nem sonham que ela existem?
Ah, gente, sem essa de pensar no resto do mundo. Um amigo me censurou
dizendo que "você tem onde morar, Fa, tem gente que nem isso". Ah, cansei de
me sentir um verme por ter gente infeliz no mundo. Não sou culpada. Quero
apenas continuar acordar com a Isabel berrando, com os bêbados do resto de
noite gritando "não se vá" e entender que eles são felizes. E são felizes
porque têm o que fazer. Eu eu quero entender que posso ser feliz porque
tenho o que fazer. Ouvir música, malhar, ver se faz sol ou se chove. E é
muito...
Estou aqui nesta gloriosa manhã de verão, ouvindo Renato Russo (in memoriam,
claro) cantando Strani Amore.
Gloriosa manhã de verão... E acordei muito mais cedo do que devia. Muito
mais cedo do que precisava. Com Isabel do mingau berrando do outro lado da
rua. E aconteceu de novo de eu me arrumar toda. Modelito fashion, sapato
altissimo, minha pasta de couro chiquérrima e... Ai vem a parte cruel da
história eu me lembro que não há nenhum trabalho ou emprego em que eu
precise bater ponto.
Ai resta ficar na janela observando o movimento.
E a culpa é de Isabel lá do mingau.
Isabel é a típica mulher que berra demais. Ela, como monte de outros
baianos, acha chique e lindo berrar na rua. Resultado: fica de um lado da
rua berrando para o marido estacionado do outro lado e quase na outra
esquina: "fulaaaaaaaaaaanooooooooooooooo quando der dez horas venha me
buscaaaaaaaar"...
Bom, pelo menos Isabel tem um trabalho que lhe rende dinheiro e alguma
diversão. Vende lanche, mingau, sarapatel e outras coisas lá isso as
5h30min, 6h da manhã. E deve ter uma vida feliz. Eu nunca vi Isabel de mau
humor. Muito pelo contrario. Chova ou faça sol ela está lá, berrando, mas
sorrindo, cumprimentando todo mundo que passa na rua, conversando,
perguntando pela saúde e pela familia enquanto eu...
Ah, eu fico aqui ouvindo Renato Russo, ouvindo Ne me quitte pas, com a
Patricia Kaas e achando o máximo pois é tudo o que tenho a fazer. E é muito.
Pois há - infelizmente - quem nem tenha ouvidos a ouvir, ou quem nem tenha
tempo de ver se faz chuva ou sol...
Ouvir classicos franceses... Especialmente cantados pela Patrícia... Daí eu
lembro que vi a Patricia cantando ao vivo. E quantos não viram? E quantos
nem sonham que ela existem?
Ah, gente, sem essa de pensar no resto do mundo. Um amigo me censurou
dizendo que "você tem onde morar, Fa, tem gente que nem isso". Ah, cansei de
me sentir um verme por ter gente infeliz no mundo. Não sou culpada. Quero
apenas continuar acordar com a Isabel berrando, com os bêbados do resto de
noite gritando "não se vá" e entender que eles são felizes. E são felizes
porque têm o que fazer. Eu eu quero entender que posso ser feliz porque
tenho o que fazer. Ouvir música, malhar, ver se faz sol ou se chove. E é
muito...
Capítulo 4
Ontem recebi um poema que me emocionou. Chama Morrer de Amor, formatado
lindamente com um belo grafico. Não lembro quem mandou. Só do texto. É que
eu sempre achei o must morrer de amor, mas se pensar bem, o amor é trágico
mesmo.
Ah, falo de amor, essa de sentimento intenso, cheio de paixão. Não tou
falando aqui nessa coisinha normal que vemos por ai de ficar hoje, ficar na
próxima festa, se der ficamos de novo, e quando reparamos a ficação é tanta
que tá na hora de assumir alguma coisa, ai, chamamos de "amor pra cá", "amor
pra lá", casamos, etc e tal... Mas, não acho que é amor, amor, não. É apenas
uma ficação que deu certo.
Se bem que Romeu e Julieta foi uma ficação que deu certo, virou amor e
acabou em tragédia.
Romeu e Julieta marcaram minha vida. Vi o filme em plena adolescencia.
Depois li o livro. Em ingles e em portugues. Um primor de bem escrito. Lindo
mesmo. E ai, comecei a imaginar coisas diferentes na história. Mil
mirabolancias. Até que Romeu arrumou outra no exílio em Mantua, e Julieta
fugiu com Teobaldo, o primo, para escapar do Conde Paris. Pois é. Imaginava
mil e umas e deixava os dois vivinhos da silva.
Eles ai seriam felizes para sempre e iam ficar veinhos e casados que nem
Tarcisio Meira e Gloria Menezes.
Putz... ia ser muito chato. Romeu ia ter que ser meio galinha, que nem um
amigo meu que é casado com várias fora as namoradas. E ai Julieta, que
virava uma mama e depois nona italiana, dava porrada, fazia cenas de
pretenso ciume mas aliviava as tensões com um lindo personal trainner de 28
anos.
Sacanagem? Bom, teve outras histórias que eu já sacaneei aqui ou nas
crônicas. Mas, para eu ser engraçada eu preciso estar com raiva de alguem.
Ai transformo essa pessoa num vilão mais ordinário que o Coringa do Batman.
Ou ter um belo romance, filme, ou novela pra sacanear. Como O Telefone,
Porque os cães latem, ah Quando a brisa assovia...
Breve vou sacanear aqui um filme de suspense fajuto que eu assisti: a mão
que balança o berço... Mas, enquanto isso, deixa eu filosofar nesta pretensa
novela dramática. Deixa minha imaginação voar e imaginar que eu estou
gripada por amor... Gripada, sim. Tussindo, com febre, corpo dolorido, só
querendo ficar deitada enrolada nos cobertores, tremendo de frio e
assistindo comédias românticas com finais felizes no DVD. Gripe de amor ou
outra doença leve e perfeitamente curável. É isto o máximo que me permito
por amor ou não amor.
Afinal, dizem as más linguas que homem é que nem ônibus. Ce perde um vem
outro daqui a pouco. Pior é quando os motoristas fazem cera, ai demora
horas. Mas, enquanto isso ce fica no ponto xingando a sogra... Sempre as
sogras que são culpadas, baby. Não sei de que, mas são. Deve ser porque
sogra é linguaruda, fala o que não deve, adora uma fofoca. Uma das tipicas
mulheres que falam demais...
Ontem recebi um poema que me emocionou. Chama Morrer de Amor, formatado
lindamente com um belo grafico. Não lembro quem mandou. Só do texto. É que
eu sempre achei o must morrer de amor, mas se pensar bem, o amor é trágico
mesmo.
Ah, falo de amor, essa de sentimento intenso, cheio de paixão. Não tou
falando aqui nessa coisinha normal que vemos por ai de ficar hoje, ficar na
próxima festa, se der ficamos de novo, e quando reparamos a ficação é tanta
que tá na hora de assumir alguma coisa, ai, chamamos de "amor pra cá", "amor
pra lá", casamos, etc e tal... Mas, não acho que é amor, amor, não. É apenas
uma ficação que deu certo.
Se bem que Romeu e Julieta foi uma ficação que deu certo, virou amor e
acabou em tragédia.
Romeu e Julieta marcaram minha vida. Vi o filme em plena adolescencia.
Depois li o livro. Em ingles e em portugues. Um primor de bem escrito. Lindo
mesmo. E ai, comecei a imaginar coisas diferentes na história. Mil
mirabolancias. Até que Romeu arrumou outra no exílio em Mantua, e Julieta
fugiu com Teobaldo, o primo, para escapar do Conde Paris. Pois é. Imaginava
mil e umas e deixava os dois vivinhos da silva.
Eles ai seriam felizes para sempre e iam ficar veinhos e casados que nem
Tarcisio Meira e Gloria Menezes.
Putz... ia ser muito chato. Romeu ia ter que ser meio galinha, que nem um
amigo meu que é casado com várias fora as namoradas. E ai Julieta, que
virava uma mama e depois nona italiana, dava porrada, fazia cenas de
pretenso ciume mas aliviava as tensões com um lindo personal trainner de 28
anos.
Sacanagem? Bom, teve outras histórias que eu já sacaneei aqui ou nas
crônicas. Mas, para eu ser engraçada eu preciso estar com raiva de alguem.
Ai transformo essa pessoa num vilão mais ordinário que o Coringa do Batman.
Ou ter um belo romance, filme, ou novela pra sacanear. Como O Telefone,
Porque os cães latem, ah Quando a brisa assovia...
Breve vou sacanear aqui um filme de suspense fajuto que eu assisti: a mão
que balança o berço... Mas, enquanto isso, deixa eu filosofar nesta pretensa
novela dramática. Deixa minha imaginação voar e imaginar que eu estou
gripada por amor... Gripada, sim. Tussindo, com febre, corpo dolorido, só
querendo ficar deitada enrolada nos cobertores, tremendo de frio e
assistindo comédias românticas com finais felizes no DVD. Gripe de amor ou
outra doença leve e perfeitamente curável. É isto o máximo que me permito
por amor ou não amor.
Afinal, dizem as más linguas que homem é que nem ônibus. Ce perde um vem
outro daqui a pouco. Pior é quando os motoristas fazem cera, ai demora
horas. Mas, enquanto isso ce fica no ponto xingando a sogra... Sempre as
sogras que são culpadas, baby. Não sei de que, mas são. Deve ser porque
sogra é linguaruda, fala o que não deve, adora uma fofoca. Uma das tipicas
mulheres que falam demais...
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