sexta-feira, 24 de julho de 2009

A Outra - Prológo e capitulos 1 a

Fatima Dannemann

Prologo

Cemitério da cidade de Prato Raso...
- buaaaaaaa, buaaaaaaa, buaaaaaaaaa, descanse em paz, Dona Filomena, vou  cuidar para que seu marido nunca mais se case de novo
- Eleutériaaaaaaa, você é apenas a governanta. Se Seu Manoel Mateus, nosso patrão, quiser casar de novo...
- Silvaaaaaaaaaaa, calabocaaaaaaa, para um motorista você é muito fofoqueiro. Eu cuido da casa e eu posso me meter.
- Falando em casa, seu Manoel Mateus ia chegar hoje.
- hoje, na capital. Lembre que aqui é longe pra dedéu...

e ouvem-se patas de cavalo esquipando...

- vixe, um fantasma
- que fantasma que nada, Silva, é um cavalo
- eu sei. mas cavalo esquipador aqui nessa cidade?
- telegramaaaaaaaaaaaa Dona Eleutéria dos Santos
- obrigada por trazer, Lilico, deixa eu ver... (rasg, rasg)...
aaarrrrrrrrrrrrrghhhhhh, tragediaaaaaaaaa
- o patrão morreu?
- pior. casou de novo.
- cacacacacá e você queria proibir o patrão de casar
- melhor irmos para casa. humpf...
 
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Fatima Dannemann

Capitulo 1

numa ilha do caribe, durante um cruzeiro maritimo, varios meses antes

- de que callada manera se me adentra usted sorriendo como se fuera la primavera...
- eita que essa festa ta boa pra dedeu...
- tá mesmo Sandrinha
- só tá faltando pegar uns muchachos. o navio está cheio
- deixa de ser assanha
- ah, eu vou a luta. Tá vendo aquele ali? vou pegar, saque só... oiiiiiii, vamos dar uma dançadinha básica?
- mas faz tempo que eu não danço. Eu sou viuvo, minha esposa morreu...
- ela que morreu, meu. você tá vivo. se solte...
- mas, mas...
- nem mas, nem meio mas. vamos... só uma dançadinha...
- tá, mas só uma dançadinha...
- você é de onde mesmo?
- moro no interior, numa fazenda, numa cidade chamada Prato Raso
- nunca ouvi falar. Meu nome é Sandrinha, baianissima, moro em Salvador, sou veterinária, torcedora do Bahia e pulo no Eva...
- Sou Manoel Mateus...
- pensas que é libre porque andas suelto...
- musica lenta... minha esposa...
- aaaah, pode parar com esse papo de esposa. ela morreu, cara, já deve ter até reencarnado. se solte...
- mas, mas, o que os outros vão pensar?
- que nós estamos num cruzeiro, no Caribe, e que aqui é o reino da galinhagem mesmo...
- ahahaha. Você, heim, decidida
- claro, já pensou na concorrência? ninfetas taradas, separadas carentes, casadas insatisfeitas, ah, e ainda tem as bichas. quem chegar primeiro que pegue e fique.
- Bom, gostei de você, Sandrinha, acho que podemos ser amigos.
- só? amigo por amigo, tem Madalena minha avó e Celina, minha tia, aquelas duas véia sentadas ali jogando baralho...

na mesa das senhoras

- Pule...
- pegue duas
- epa, Celina, você esta roubando, se você pulou como eu posso pegar duas
- da mesma forma que estamos num cruzeiro pelo Caribe jogando oito maluco
- vovóooooo, titiaaaaaaaaaa, deixa eu apresentar o Manoel Mateus
- oooooh, vamos jogar oito maluco de quatro
- vovó, de quatro é melhor fazer outra coisa...
- se respeiteeeeeeeee... estou falando do jogo
- e eu tambem. pensava em jogar king pra variar...
- bom, eu só sei jogar dominó
- nós lhe ensinamos, Manoel Mateus. Afinal, em nossa familia você precisa jogar king, oito maluco...
- nossa familia?
- claro
- você pretende casar com minha sobrinha, não é mesmo?
- Tia Celinaaaa
- psiuuuuuuuuu, tou tentando lhe desencalhar, anta, fique fria...
- mas o cara é o maior caipira, mora num lugar chamado Prato Raso.
- E daí? você da um up grade e leva ele para morar em travessa de salada que é maior...
- ah, porque vocês não vão dançar, heim? aproveite e peça minha neta em casamento...
- vovó, titia, se o cara fugir e se eu não arrumar mais ninguem aqui no
navio, voces me pagam, podem ter certeza...

e ai, o que acontecerá entre Sandrinha e Manoel Mateus? será que eles vão
casar? veja no capitulo 2

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Capitulo 2

no navio, durante a escala na Republica Dominicana

- correspondencia para a senhorita Sandrinha
- deixa ver, rasg, rasg...
- não esqueceu de nada?
- ah, a gorjeta, tome aqui
- só?
- ce quer o que? eu ganho em real e sou honesta, não recebo mensalão nem compro na Lasdu, não...
- unha de fome...
- ridiculo. ah, deixa eu ler a carta...
Querida Sandrinha, infelizmente, ainda não é chegado o momento de me casar e sua avó e sua tia estão com pressa. Já fui, Banda Mel, tchau e bença, Manoel
Mateus
- buaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa, eu sabia que isso não ia prestar

semanas depois, em Genebra, na beira do Lac Leman

- Mademosele, qui heure son?
- Non comprener nadiquez de nadez... qué qui vous falê?
- Brasileira?
- oui, oui, meu nome zerr Patrricia
- oh, nom prrecisa sotaque, eu tambem zerr brrasileirro, Manoel Mateus. Baiano de Prato Raso
- eu sou Baiana mas de Salvador mesmo
- viuvo
- abandonada pelo ex-noivo, aquele cretino do Oscar grrrr...
- correndo de uma tarada chamada Sandrinha
- torcedora do Bahia, veterinaria e pula do Eva
- meus sais, você também?
- não, essa é a Sandrinha. Sou Bahia, mas pulo no Camaleão e sou professora de cachorros yorkshire.
- legal...
- vamos ali tomar um cafézinho?

entretanto, ali perto, no café...

- ahahaha, Abdul, você zerr tão drolle, cacaca
- Zandrinha, você que serr engrazada...
- oooooh, nãaaaaao
- que zer?
- ali na porta, a chata da Patricia com o babaca do Manoel Mateus
- o que zair da navio?
- pois é...
- bena que eu non boderr chamar minha primo. Suiça ter tratada de neutralidade... se fosse no Estados Unidos, meu primo derrubava o arranha-céu barra descontar o que zandrinha sofreu
- quem é seu primo, Abdul?
- Edmundo
- Edmundo? brasileiro? e um brasileiro chamado Edmundo ia derrubar algum edificio?
- ia sim, ele trabalhou no construçon daquele edificio que caiu lá no Barra da Tijuca, lembra?

enquanto isso...

- Po, bicho, não acredito, Sandrinha? aqui?
- Patricia, não ligue, querida
- Na verdade esse cafezinho é para selar nosso relacionamento
- que relacionamento, Mané, você acabou de me conhecer
- Mas não vou perder tempo. Vamos casar?

o que? casar? vejam depois
 
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Capitulo 3

- Casar? ir morar num lugar chamado Prato Raso onde não deve ter predio com elevador, shopping center?
- nuncaaaaaaaaaa, tou fora, baby...
- kkkk, Sandrinhaaaaaaa, olhe, nem brezizarr Edmundo derrubar a arranha-ceu. Zeu amiga Patrricia darr um a zerro no Manoel
- cachorroooooooooo, essa coisa azeda, você pede em casamento. Mas a mim, não, safadoooooooooo, vai apanhar
- calmaaaaaa, deixa eu chamar o Edmundo

dias depois, na saida da prisão

- Oh, Manoel Mateus
- Oh, Sandrinha
- sabe, enquanto eu lhe batia e a policia me levava naquele camburão eu pensei que não saberia viver sem você
- nem eu, Sandrinha, ainda bem que o capelão da cadeia concordou em fazer nosso casamento
- que mico, né? mas eu sabia lá que a Suiça era tão ordeira e que ninguem brigava assim que nem nós?
- E a Patricia, heim? Fugiu com seu namorado, o Abdul
- deve ter entrado pra Al-Caida...
- Al-Caida, sim, uma organização de mulheres feias com tudo caido...
- bom, vou mandar o telegrama e avisar que nós estamos chegando...

no presente... em Prato Raso

- Imagine só, Patroa Filomena, casou na cadeia. Nem ao menos foi numa Catedral. Tá, eu sei que casar na Suiça deve ser chique. Mas, na Cadeia? Po,
ninguem merece... Mas eu já sei o que eu vou fazer... Me aguarde.

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