domingo, 22 de fevereiro de 2009

AS CONFISSÕES DE MARIETA A TERAPEUTA



Capitulo 2

Siguinho, meu santo...

Desculpa a intimidade. Inda mais que sou de outra linha. Mas, Freud, eu não
resisto. Você ia escrever um livro se estivesse no meu consultório ontem.
Livro? Livro é pouco. Ia dar um work shop, ministrar um curso de formação,
fazer uma vivência qualquer coisas dessas que está na moda.
Imagina que estou aqui atendendo a Vancília que trouxe a copia do chat com o
namorado virtual dela o Kleber Oscar, mais conhecido pelo nick de Anjo
Namorador. Eu estava pensando que era um textinho qualquer. Que nada, Sig,
tinha imagem. E música de fundo. Chitãozinho e Xororó cantando Fio de
Cabelo, imagine só. Falta de gosto no último. E o Anjo Namorador, que tem
voz de locutor de rádio de motel de tão sensual, recitava um poema
parnasiano. Er, eu acho que era parnasiano. Fui péssima aluna de literatura.
Gente do céu... Eis que enquanto estou entre atônita, horrorizada e pensando
no que dizer ao paciente, eis que chega Lauriandra para a primeira consulta.
Quando ela ouviu a voz do Kleber Oscar teve um ataque.
Meu pobre consultório ficou um caco, Siguinho. A mulher quebrou tudo. O
primeiro a dançar foi o nariz de Vancilia que ficou traumatizada e marcou
consultas diárias para o mês inteiro com Dr. Luis Mauricio, meu vizinho
tesudíssimo que aliás é ginecologista. Diz ela que quer reaprender como se
faz sexo pelo método tradicional e vai mandar o computador as favas.
Bom, receitei para minha nova paciente, a Lauriandra, florais de capim seco,
um sistema inventado por mim, e umas férias no navio Royal Fermento e na
volta conversaremos outra vez. Isto é, se ela for. Sabe que desde ontem ela
está aqui no consultório? Pois é... Traumatizada, e quase imóvel, se treme
dos pés a cabeça e diz que tem medo do tarado da meia noite.
Falando em tarado, Dr. Sig, deixa atender meu próximo paciente, o Zezin
Vitoca. Diz ele que é o tarado da meia noite, mas quer se regenerar.
E pior que ainda não sei o que faço com Lauriandra. Será que despacho ela
pelo elevador ou pela lixeira?

Nenhum comentário:

As Estrangeiras - Capitulo 4 - Gabrielle a francesa

Capitulo 4 ´- Gabrielle, a francesa Gabrielle era francesa mas não nasceu nem morava em Paris. Tampouco morava em, Lyon, Marseille, N...